Março ficará marcado na história de Ilha Solteira como o mais sangrento. Em exatos 15 dias foi registrado o primeiro sequestro da cidade, cinco mortes, duas tentativas de homicídio e uma de suicídio. As forças de segurança do município tiveram muito trabalho. Isso após a comunidade, a convite do Conseg (Conselho Comunitária de Segurança), ter discutido a questão da segurança pública na cidade.
Em uma quinzena Ilha Solteira registrou uma quantidade nunca antes vista em tão pouco tempo na cidade. O início da onda de graves ocorrências policiais foi no dia 14, segunda-feira, com o sequestro no Bairro Santa Catarina, onde uma dentista armada com uma pistola fez uma doméstica de refém por cerca de duas horas. Dois dias depois, no dia 16, quarta-feira, um homem foi morto nos fundos da Funedisa a golpes de canivete, conforme declaração do próprio acusado, que alegou legítima defesa. A vítima apresentava vários cortes profundos pelo corpo.
No dia 23, quarta-feira, foi registrado o acidente na Rodovia dos Barrageiros, a SP 595, envolvendo dois jovens de Santa Fé do Sul. Já no dia 25, sexta-feira, foi a vez de um jovem entrar com o carro na porta do Barzim atropelando duas pessoas e danificando o portão do estabelecimento. As vítimas ficaram feridas e encaminhadas ao Pronto Socorro. O dia 26, sábado, foi o que mais surpreendeu, foram três ocorrências graves, com duas mortes e uma tentativa de suicídio.
Ilha Solteira amanheceu com a notícia da morte do jovem entregador em acidente na Rua Prado, fundos do pátio da prefeitura. No final da tarde um morador de rua foi encontrado morto na Praça Manoel Castilho e houve ainda o registro de uma tentativa de suicídio, ocorrida em um assentamento de Itapura, cuja ocorrência foi registrada em Ilha Solteira.
Fechando o mês, no dia 29, terça-feira, as forças policiais registraram uma tentativa de homicídio na Avenida 15 de Novembro, no Bairro Jardim Aeroporto. Uma mulher teria esfaqueado um homem com uma faca de serra. O homem foi socorrido e após o curativo retornou ao local e teria acertado sua agressora com um cabo de vassoura.
Conseg - O guarda municipal Renato Augusto Alves, presidente do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança), que congrega representantes de todas as forças de segurança do município comentou a onda de graves ocorrências registradas em Ilha Solteira no mês de março, principalmente na segunda quinzena. Renato disse que a violência tem várias causas. Sobre o primeiro sequestro do município, Renato comentou “quem diria que de um TCC surgiria um problema sério desse”. O presidente do Conseg disse que as forças de segurança trabalharam na persuasão e concluíram a ocorrência de maneira mais harmônica possível. No caso do homicídio, que a resposta da polícia foi rápida na identificação da autoria.
Em relação aos acidentes de trânsito, disse que faz parte da sensação de liberdade que alguns jovens têm após serem habilitados, principalmente ingerindo bebidas alcoólicas antes de dirigir. Para Renato, a maioria das causas da violência não está ligada diretamente à área de segurança e que deveriam ser prevenidas com ações educativas. Renato disse que é preciso trabalhar a tolerância, o amor ao próximo para que conflitos momentâneos não tenham consequências drásticas. O presidente do Conseg apontou várias ações de saúde, educação, assistência social, Justiça, desenvolvimento urbano, que podem produzir efeitos positivos na segurança do município.
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