Os Guardas Municipais Francisco Antonio da Silva e Marcos Ferreira Cristófoli, dois dos treze integrantes da corporação que assinaram o pedido de Harbeas Corpus que autorizou o uso de arma de fogo, explicaram nesta quarta-feira, 23, os motivos da ação judicial. Marcos disse que no início da Guarda, em 1994, a visão era de uma cidade mais tranquila, mas com o passar dos anos a situação mudou e passou a dificultar o desempenho da função. “Com o desenvolvimento vêm os problemas”, considerou Marcos, que lembrou de uma ocorrência que despertou para a necessidade da Guarda Municipal ter porte de arma. Ele citou a onda de furtos de fios de cobre, na qual um dos alvos era a estação de recalque nas proximidades da hidrelétrica. Segundo ele, a Guarda, no intuito de preservar o patrimônio público surpreendeu dois indivíduos furtando cobre. Um foi detido, mas o outro conseguiu fugir de barco após disparar várias vezes contra os GM's. “Estávamos correndo risco de vida na defesa do patrimônio público”, exemplifica Marcos. Outro fator apresentado por Marcos para que os prédios públicos passem ser cada vez mais alvos de furtos é o investimento em aparelhos eletroeletrônicos, como computadores, televisores, condicionadores de ar, entre outros, que dotam esses locais de produtos de maior valor. Francisco lembrou também que a solicitação não é de agora, há pelo menos três governos discutem a possibilidade de armar a Guarda. Atualmente os GM's trabalham apenas com algemas e tonfa. Os guardas afirmaram que antes das armas solicitaram o gás de pimenta, mas também não atendidos. Os GM's recordam que ainda em campanha, o prefeito Edson Gomes “prometeu” que os guardas teriam acesso à armas não letais, e que as armas nas viaturas seria melhor discutida, mas não discordou da ideia. “Agora foi negado”, disse Francisco. Marcos ressaltou que o pedido de Habeas Corpus foi embasado com estatísticas de criminalidade e ocorrências de ameaça contra a corporação e que o processo teve início em 2009. “Queremos segurança no exercício da função de proteger o patrimônio público”, explica Marcos. Já Francisco disse que “não pedimos em nenhum momento para fazer o serviço da Polícia Militar e da Polícia Civil, mas para fazer o nosso serviço com segurança”. Eles explicam que no início apenas as viaturas teriam armamento, por entenderem que são os guardas que correm maior risco, por trabalharem durante a noite e atenderem ocorrências em locais afastados do centro da cidade. Os GM's explicam que o processo de armamento da guarda obedecerá as exigências da lei, primeiro com exames clínicos e psicológicos e depois com os cursos de formação e treinamento. “Precisamos estar muito mais capacitados, pois é um instrumento necessário e se houver erro podemos perder esse direito”, argumenta Francisco. Aumento da criminalidade e mudança de perfil das ocorrências Marcos disse ainda que com o aumento da criminalidade houve mudança no perfil do infrator. Ele afirma que em 94 a grande maioria não usava arma, mas que atualmente boa parte das ocorrências envolvem faca, armas ou pessoas muito agressivas. “A criminalidade está vindo de fora”. Ele defende o armamento nas viaturas, pois atendem a locais distantes, como torre de televisão, praias, recalques, aterro, Fapic, Centro de Zoonoses, entre outros. “A viatura vai nesses locais e não sabe o que vai encontrar”, explica Marcos. O GM Francisco disse que devido a essa atuação da Guarda, muitas vezes são ameaçados pelos infratores quando vão testemunhar em algum caso. “Não queremos fazer o papel da polícia. Queremos servir a nossa população como temos feito há 16 anos”. Para ele, é insustentável a insegurança de trabalhar sem o armamento nas viaturas. Os guardas estão decididos a fazer com que, pelo menos, as viaturas sejam armadas. Caso a Administração não atenda à reivindicação, “o próximo passo é parar de trabalhar com viaturas à noite”. Marcos também lembrou da família. “Nossas famílias ficam preocupadas vendo as notícias. Ficam com medo. Pedimos apoio aos prefeitos aos vereadores que passaram e não recebemos e chegamos ao judiciário. Precisamos que alguém veja nosso lado”, disse. Francisco ressaltou que os GM's já têm um curso de conhecimentos básicos de armamento e tiro, que alguns guardas integram o clube de tiro e outros vieram do exército e da PM de outros estados. “Não são leigos”, disse Francisco. Os GM's destacaram que as avaliações são feitas por instituições credenciadas pela Polícia Federal. “Caso contrário, não pode. Não é feito por qualquer cidadão”, explica Marcos. Francisco pede uma decisão. “Pedimos para a prefeitura rever o porte de arma nas viaturas, resolva a situação e comecem logo os cursos. A população sabe o que é estar à mercê na mão dos bandidos, estar impotente. Isso mesmo dentro de casa. E os guardas que trabalham à noite e, têm que defender o patrimônio público, também ficam à mercê e impotentes”, finalizou. |
A Guarda Municipal de Ilha Solteira é uma Corporação Uniformizada que tem por finalidade cumprir o prescrito no Art. 144, parágrafo 8º; Art. 23, inciso I e Art. 225 da Constituição Federal, combinados com a Lei Municipal nº 097/93, de 13 de Agosto de 1993 e Artigo 5º, inciso XIX, da Lei Orgânica do Município de Ilha Solteira.
PATRULHEIRO PROTETOR E AMIGO
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Guardas Municipais explicam porque querem o uso de armas
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